De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os brasileiros têm, em média, 39 horas por semana de expediente, carga horária maior que a média mundial (38,2 horas). As pessoas trabalham na maior parte do tempo em que estão acordadas, tornando os intervalos como o horário de almoço um momento quase sagrado.
Segundo uma pesquisa realizada pela Up Brasil, a fim de revelar comportamentos no trabalho home office, 79% dos trabalhadores preferem preparar suas próprias refeições em casa durante o expediente. Já 21% optam por pedir delivery pela conveniência e a praticidade.
“Assim como é difícil dissociar a vida profissional da pessoal, com a saúde não é diferente. Muitos fatores relacionados ao trabalho podem impactar no bem-estar do funcionário, e como eles passam sua hora do almoço é um excelente exemplo. As empresas e o RH precisam respeitar e incentivar a pausa, ajudando na manutenção da saúde mental e de uma alimentação adequada”, gerente sênior de cultura e DHO na Up Brasil, Marinildes Queiroz.
Respeitar o horário de almoço é fundamental
A alimentação é um dos principais cuidados de saúde capaz de proporcionar mais qualidade de vida, além de trazer benefícios físicos e mentais. A má alimentação é um fator de risco para problemas cardiovasculares, por exemplo, responsáveis por cerca de 400 mil mortes por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
A especialista defende que as empresas sejam aliadas nessa conscientização. “Para as pessoas que já estão buscando por uma qualidade na alimentação, cabe aos contratantes oferecer benefícios que ajudem nesse processo. Eles podem ajudar as companhias a motivar seus colaboradores na adoção de um estilo de vida mais equilibrado”, comenta ela.
Para Marinildes, “o papel do vale-alimentação e do vale-refeição, por exemplo, vai muito além de uma questão financeira. Envolve oferecer uma ampla variedade de escolhas de alimentos e refeições, permitindo flexibilidade na utilização e acesso a diversas redes de supermercados e restaurantes”.
De acordo com a especialista, promover debates e campanhas internas sobre a importância do horário de almoço e o seu impacto na saúde é uma ferramenta importante para conscientizar as pessoas a fazer uma pausa adequada para se alimentar. Também cabe às empresas oferecer nutricionistas em seus planos de saúde corporativos para ajudar na orientação adequada a cada escolha.
“Mudanças alimentares também devem estar no radar do RH ao abordar esse tema entre seus funcionários. Depois de tantas reflexões provocadas pelos desafios dos últimos anos, não é mais possível deixar de lado a individualidade, a saúde e a qualidade de vida no trabalho. O engajamento na função, a satisfação com a empresa e produtividade no ofício dependem diretamente do bem-estar do empregado”, conclui Marinildes Queiroz.